No dia sete de novembro, nós professores da E. E. E. F. M. Aluízio
Ferreira, tivemos a alegria de concluirmos os estudos referentes à primeira
etapa.
Eu não poderia iniciar o
encontro sem antes agradecer àquele que move e sustenta todas as coisas. Aquele
que me deu forças para conciliar meu lado espiritual, família, vinte e sete aulas e formação. Assim,
refletimos através da música: Amar como Jesus amou interpretada pelo padre Marcelo
Rossi.
Na sequência, a
professora de Geografia Áida Dominato ofertou a cada colega uma linda mensagem.
Então, foi o momento de
começarem os depoimentos referentes à formação. Cada professor recebia um
cartão com uma qualidade sua marcante e expunha seu ponto de vista em relação
aos estudos.
Confesso que as
palavras ouvidas foram molas que me impulsionaram para ir ao encontro em
Vilhena desejosa de voltar pronta para que a segunda etapa seja tão boa, ou
ainda melhor que a primeira. Não digo isso no intuito de valorizar o meu
trabalho, mas o empenho e a dedicação de todos os professores em cada atividade
que lhes foi proposta. Sei que alguns orientadores não tiveram esse privilégio
que tive. Uma equipe grande, vinte e cinco professores e uma coordenadora
pedagógica, que sistematicamente compareciam aos encontros e estavam empenhados
em refletir sobre cada caderno estudado. Sem contar que tivemos encontros em
que passamos o dia todo na escola. Não havia desculpas, mas se buscavam
estratégias para que pudéssemos chegar a esse momento.
Concluo essa postagem
com a vivência da professora de Língua Portuguesa Jandira.
RENOVAR SEMPRE,
MAS SEM PERDER A ESSÊNCIA
Ao ser convidada a participar do pacto,
logo veio a mente o desafio que seria incluir mais um trabalho entre tantos que
já tenho, como professora, dona de casa, esposa, mãe, igreja, enfim, são vários.
Porém, refletindo sobre o assunto cheguei a conclusão que não devo conformar
somente com a minha formação e parar, pois tudo vai mudando com o passar dos
tempos e como educadora devo estar sempre buscando novos caminhos para o melhoramento
próprio e dos meus alunos.
No decorrer do curso constatei que os
trabalhos tornaram-se bastante interessantes, os encontros descontraídos com a
participação de todos, uma equipe animada, isso fez um bem enorme para mim,
nesses momentos o grupo pode compartilhar experiências positivas e negativas levando
todos a reflexão para encontrar soluções e não culpados. Além disso, a
orientadora, Telma Rocha, conduziu essa primeira etapa com muita eficiência,
tanto nos estudos como na organização de dias e horários, facilitando assim, o
bom desempenho de cada um. A maior parte das atividades foram coletivas, o que
facilitou a realização das mesmas, além de torná-las mais atrativas e
proveitosas. As atividades individuais também foram bem conduzidas pela a
orientadora do curso, podendo ser realizadas sem grandes dificuldades.
Em relação aos conteúdos dos cadernos,
concordo com a maior parte deles, mas alguns pontos devem ser repensados.
Vejamos alguns pontos:
Ao estudar o primeiro
caderno do pacto, foi possível perceber os avanços que houve durante todos
esses anos em relação à educação. Não há como negar a melhoria na qualidade do
ensino, principalmente nos quesitos como, o acesso às escolas, ao
profissionalismo dos educadores, aos incentivos aos educando, mas por outro
lado perderam-se os valores, o amor à pátria, o respeito aos pais e aos
professores. Com isso, a educação também perdeu o rumo.
Sabe-se que o ensino pode e deve ser
melhorado, porém se algo não for mudado na mente da nossa sociedade, toda essa
busca em avançar, será em vão. Para que aconteça essa mudança tão esperada por
todos é preciso descobrir meios para compreender os anseios dessa juventude em
conflito.
Já no segundo caderno foi possível
perceber que jovens e professores estão em conflito. Do ponto de vista da
maioria dos professores a juventude atual não tem colaborado para um bom
desenvolvimento do ensino, por outro lado são constantes as reclamações dos
estudantes em relação aos professores, pois os mesmos veem seus educadores como
opositores e não como mediadores.
Os educadores veem sofrendo ultimamente
com a brusca mudança de comportamento dos seus educando, visto que nossa
juventude tem vivido uma realidade em que os valores antigos já não têm tanta
importância para os mesmos, ou seja, os conceitos de valores são outros,
vivemos em uma sociedade fragmentada, onde a maioria das famílias não possui
mais os princípios que regem uma boa conduta. Com isso nossos jovens parecem
estar perdidos, principalmente em relação aos estudos e consequentemente ao seu
futuro.
Os jovens, por outro lado, não encontram
respostas as suas dúvidas em seus professores, pois há muitas vezes uma
barreira entre o “velho e o novo” os anseios não são supridos na escola, talvez
porque a escola e professores não estão preparados para tal realidade.
Percebe-se essa disparidade quando entra a questão da tecnologia. Essa nova
geração tem acesso a todo o momento aos inúmeros meios tecnológicos, mas ao
mesmo tempo não sabem usá-los adequadamente, a rede de ensino do nosso país
incluindo os educadores, não estão preparados para dar suporte a esse avanço
desenfreado da tecnologia.
As discussões feitas nos encontros do
pacto têm como objetivo descobrir meios para que possam ajudar nesses
conflitos, como encontrar soluções para os problemas existentes, não achar
culpados, mas buscar o caminho menos doloroso para ambas a partes.
No terceiro caderno foi abordada a
questão das grades curriculares. Nelas devem trazer a realidade de cada escola,
porém é preciso levar em consideração o currículo nacional para que todos os
estudantes de todo o país tenham a mesma oportunidade, além disso, propor aos
jovens algo concreto, ou seja, que os ajude a se prepararem para o futuro.
Mas qual seria a necessidade maior dos
jovens hoje? Talvez seja preciso incluir atividade além dos conteúdos
disciplinares, como projetos que levam à reflexão sobre os problemas sociais do
país, ao pensamento crítico, pois cabe a eles elaborarem suas próprias
experiências na construção do novo.
Com este objetivo vale repensar a ideia
dos cursos técnicos dentro da escola, visto que as pesquisas mostram um número
grande de jovens que não ingressaram no ensino superior. Isso devido vários
fatores, mas o principal é a falta de recursos financeiros, por isso, precisam
trabalhar para ajudar no sustento da família.
No intuito de diminuir estas dúvidas ou
entender melhor as necessidades dos alunos, houve um diálogo entre eles e os
professores da escola, onde pôde perceber que falta muito para se chegar ao
ideal, mas ficou clara a grande possibilidade de alcançar o objetivo.
No quarto caderno vimos
que formação tanto intelectual quanto humana está nas mãos dos educadores, pois
esses têm, ou melhor, deveriam ter o dever e a capacitação para ensiná-los. No
entanto, essa realidade está longe de ser alcançada em nosso país.
Sabe-se que o papel do
educador vai muito além de passar conteúdo para o aluno, antes de tudo um ser
humano precisa entender o porquê está em uma sala de aula, ter em mente seus
objetivos e ser acima de tudo um bom cidadão. Porém, quando o professor se
depara com as situações adversas no dia a dia sente-se tão incapaz que às vezes
pensa até em desistir, visto que sua vontade é transformar e não conformar com
a situação.
Entende-se também, que
um profissional depende de outros para desenvolver um bom trabalho, ou seja, é
preciso capacitação de todos os profissionais da área para desenvolver um bom
trabalho, mas capacitação na formação humana e não somente em uma disciplina ou
em qualquer setor.
Por isso, a formação
continuada tanto de professores quanto dos demais profissionais da escola é
indispensável, mas para alcançar essa interação depende de muito esforço por
parte dos educadores, de toda sociedade e apoio dos governantes, podendo
iniciar com atitude de cada um de nós.
Os cadernos cinco e
seis foram muito importantes, pois falaram das avaliações e administração
escolar. Foram quebrados alguns conceitos sobre avaliação, conhecemos um pouco
mais sobre administração da escola, expomos nossas opiniões no trabalho
realizado em grupo.
Durante esse processo de formação já
pude observar algumas mudanças, principalmente na maneira de eu agir com os
alunos, mais flexibilidade, mais segurança, são pequenas mudanças, mas o
suficiente para ouvir alguns comentários como, “nossa professora que legal essa
atividade”, ainda um dia desses quando eu cheguei a uma sala e entreguei a
atividade para os alunos, um deles disse: até que enfim, uma coisa legal.
Embora dizendo num tom de ironia, eu fiquei feliz, afinal tudo que um professor
quer é que os seus alunos mostrem interesse pelas aulas. Cheguei ao final dessa etapa com muito
confiança e espero que a próxima seja ainda melhor.
“Dizem que a vida é para quem sabe viver,
mas ninguém nasce pronto. A vida é para quem é corajoso o suficiente para se
arriscar e humilde o bastante para aprender.” Clarice Lispector
Professora: Jandira Job
Acredito que o meu sorriso demonstra o quão satisfeita estou com a nossa equipe.
Que venha a segunda etapa... estamos prontos!