“A MINHA ESCOLA NÃO TEM PERSONAGEM, A
MINHA ESCOLA TEM GENTE DE VERDADE”.
Legião Urbana
Nos dias 03 e 04 de março, iniciamos as nossas
reflexões referente ao Caderno Ciências Humanas através da dinâmica: “Você tira
o chapéu”? Uma atividade para estimular a autoestima, que muitas vezes está em
baixa. Cada colega teve a oportunidade de elencar suas características
marcantes e perceber o quanto cada um de nós é importante e singular.
“Valorizar a si mesmo é o
primeiro passo para se valorizar o próximo”.
O objetivo do caderno, que inclui as disciplinas de
História, Geografia, Filosofia e Sociologia; é o de reconhecer o quanto os
componentes curriculares da área das Ciências Humanas podem, e devem,
contribuir para o processo qualificado de universalização do ensino.
O primeiro tópico, A integração entre as Ciências
Humanas como projeto pedagógico, foi apresentado pelos professores de
História: Leandro e Gláucia. Proporcionaram ao grupo um percurso em algumas
camadas historicamente sobrepostas das quais emergem o legado das Humanidades,
com o objetivo dessa educação integrada.
Passeamos pela paideia
grega: a formação do cidadão; as artes liberais romanas: a formação do orador;
as Humanidades renascentistas: a formação literária; as especialidades e
disciplinas modernas: a formação do cientista; as Ciências Humanas
contemporâneas: a formação do especialista.
Assim,
em meio a tantas heranças e tradições disciplinares, propor e realizar a
integração e a interdisciplinaridade entre as Ciências Humanas como projeto
pedagógico no Ensino Médio brasileiro, na atualidade, não é tarefa simples,
envolvendo desafios, dilemas, mas também possibilidades.
Não se pode esquecer que “Integrar não é
unificar”. É preciso “reimaginar as
fronteiras” disciplinares não de uma única perspectiva particular, mas das
várias perspectivas que, no âmbito da Educação Básica, cada componente
curricular pode oferecer. Com essa variedade e diversidade, com imaginação e
reflexão, por meio de práticas curriculares inventivas, repensam-se as
fronteiras disciplinares, sem pretensões de anulá-las.
Desenvolvemos em grupos a atividade
Reflexão e Ação I que propõe a discussão o que significa o “encargo da compreensão”.
A
seguir seguem algumas reflexões dos colegas:
A
interdisciplinaridade é a integração das mais diversas áreas, com propósito de
promover uma abrangência maior do conhecimento para um determinado conteúdo,
explorando dessa forma todas as informações possíveis, não estando assim
limitada. Dessa forma, deve ser discutido,
refletido pelos professores, pois colocar a ideia em prática é um desafio, já
que praticá-la não se deve esperar consenso de todos. Esperar essa compreensão
e ação de forma homogênea é uma utopia, mas que pelo menos, os mais conscientes
de seu papel em sociedade, atuem e infiram em questões que são desafios de
todos os cidadãos. Além do que, o professor tem a
responsabilidade de formar cidadãos críticos e sociáveis. Colocar a ideia em prática exigirá: adequação ao
conteúdo programático, metodologias alternativas e boa vontade do professor
para organizar sua aula. Cabe aos docentes se identificarem quanto às
vantagens e viabilidade de utilizarem essa metodologia nas salas de aula. É
importante que a educação se desenvolva e promova discussões relacionadas à
economia, à política, às pessoas, ao mundo. Afinal, as escolas têm a
responsabilidade de formar cidadãos críticos e sociáveis.
Professoras: Aida Dominado
Gonçalves, Claudia Liege, Cláudia Lúcia, Juliana Bessa e Maria do Carmo.
A
interdisciplinaridade possibilita a interação entre as várias áreas de
conhecimento proporcionando o fortalecimento do conhecimento social.
É importante que professor tenha uma
visão ampla, contemplando uma compreensão dos conceitos básicos das áreas
afins. Torna-nos mais conectados com a evolução educacional, possibilitando uma
fronteira maior de conhecimento. O conteúdo do
componente curricular referente a ciências naturais que pode ser trabalhado de
forma interdisciplinar é sobre a Fotossíntese. Esse tema abrange as disciplinas
de biologia, química e física:
·
Na Biologia
(Nutrição das Plantas).
·
Na Química
(Processo de formação da glicose).
·
Na Física (Luz e
a calorimetria).
Professores:
Chagas, Ricardo e keila.
As disciplinas quando são trabalhadas na interdisciplinaridade elas se
complementam trazendo para o aluno uma abordagem mais ampla. Para se desenvolver tal
prática, requer-se:
- Socializar com os colegas professores o que
cada um vai abordar dentro do tema proposto;
- Preparar os materiais e mídias que serão
utilizados para a explanação do tema;
- Buscar o interesse do aluno em relação à
aplicação do tema proposto, esperando que os mesmos aceitem e levem para a
prática diária.
Um trabalho a ser
desenvolvido, como sugestão, é o trabalho com a História da Matemática. “Quem foi Pitágoras e sua contribuição
matemática para a humanidade”.
Professores: Gláucia
Mendes, Cíntia Navarro, Marilson Turini e Antônio Assis.
A
interdisciplinaridade não só exige compreensão e visão mais ampla de vários conhecimentos
como também de conhecer a disciplina curricular. É necessário que além de buscarmos
conhecimento nessa interdisciplinaridade, também conhecer formas de adequação
ao ensinar, conduzindo o aluno a ter uma melhor compreensão da realidade, utilizando
métodos corretos, facilitando a assimilação da aprendizagem. O encargo da compreensão consiste em
ser capaz de compreender os objetivos das outras disciplinas e o que elas
buscam enquanto ciência, para que eu consiga aplicar em sala. Não significa, no
entanto, que a disciplina deixe de ser específica, mas que elas precisam
“conversar” entre si.
Professores: Claudete, Franciele,
Izabel e Léa.
A
interdisciplinaridade exige especialmente a compreensão do seu significado, ou
não teremos a oportunidade de trazer essa prática ao nosso meio. Por isso,
alguns colegas são contrários ao projeto. Além disso, essa didática exige
compreensão e um objetivo em comum, para que a ideia seja difundida. Este curso está nos proporcionando
esta compreensão e a aceitação dessa nova ideia. Não esquecendo que no nosso
cotidiano o tempo é muito escasso e estamos muito sobrecarregados, pois devemos
estar sempre nos reunindo e planejando. O tema escolhido por nosso grupo foi
às formas de disputas dos jogos (Chaveamento em forma do diagrama). Trabalho
esse que pode ser desenvolvido por ocasião dos jogos interclasse que todos os
anos são promovidos na escola. Professoras: Cleonice, Glaucia e
Jandira.
Em
grupos refletimos sobre o tópico II: Os estudantes – sujeitos do Ensino Médio
– e os direitos à aprendizagem e ao desenvolvimento humano na Área de
Ciências Humanas. Focalizou-se a
partir das DCNEM (BRASIL, 2012), com destaque para a centralidade dos jovens
estudantes como sujeitos do processo educativo tal como proposto no Parecer
no 05/2011 do Conselho Nacional de Educação (BRASIL, 2011).
Foram discutidas questões como:
- As Ciências Humanas são valorizadas pelos jovens estudantes?
- Os estudos tradicionalmente propostos pela área das Ciências Humanas se aproximam dos interesses e necessidades dos estudantes do Ensino Médio?
Destacamos o legado mais importante
das Ciências Humanas que é o de “FOMENTAR
CONHECIMENTOS EMANCIPATÓRIOS, VOLTADOS AO ENFRENTAMENTO DE DILEMAS DE NOSSA
CONTEMPORANEIDADE”.
Foi proposta a realização de uma
produção de texto em todas as salas de Ensino Médio, divididas entre os
professores cursistas e orientadora de estudos. A temática era conforme
indicação do caderno na atividade de reflexão e ação II. Os alunos mencionariam
seus valores atuais, seus planos para o
futuro, e como eles se imaginam daqui a 10 anos.
Ainda
no primeiro encontro relacionado ao caderno, estudamos o capítulo III que trata
dos eixos que devem integrar o fazer pedagógico: Trabalho, Ciência, Cultura e
Tecnologia. O professor Antonio Assis, de forma muito dinâmica e clara tratou
do assunto.
Dentre
os pontos abordados destacou-se a pesquisa como o princípio pedagógico, em que o
planejamento de estratégias de investigação ultrapassem a pura e simples
dimensão do ensino para abranger a aprendizagem significativa, duradoura e
transformadora. Dessa forma, os alunos passam a serem ativos na
construção do seu próprio conhecimento.
A
tecnologia, como uma das dimensões, auxilia tanto como método de abordagem como
estratégia por tornar menores as distâncias, o mundo mais conectado e a
aprendizagem mais atraente aos jovens nativos digitais.
As categorias trabalho e economia
são fundamentais para a compreensão de desigualdades sociais, de relações
hierárquicas, de formas de estratificação social (classificação das pessoas de
acordo com seu poder aquisitivo), de diferenciação social e da construção de
identidades coletivas.
O conhecimento científico pode ser
apresentado ao estudante por meio de estratégias pedagógicas que estimulem a
curiosidade e o estranhamento, desafiando-o a pensarem sobre si e sobre o
outro.
A construção da cidadania só existe
com a valorização do patrimônio cultural de uma dada comunidade, região e
nação.
Por isso, as Ciências Humanas tem um
papel fundamental na construção da cidadania dos brasileiros, quando auxiliam
no processo de reconhecimento e valorização dos saberes e das identidades dos
estudantes e de seus familiares.
Nos dias 17 e 18 de março, por ocasião do segundo encontro
relacionado aos estudos do caderno Ciências Humanas, houve a socialização de um
dos textos de cada sala. Foi possível perceber bem enraizados na maioria dos
alunos valores familiares, religiosos, perspectivas de prosseguir nos estudos.
Foi uma atividade bem proveitosa, pois fez com que conhecêssemos esse sujeito
com o qual temos contato em nossas salas de aula.
Refletimos sobre o vídeo: O poder das palavras.
Quanto cuidado precisamos ter no contato com essas juventudes que nos cercam! Nossas palavras tanto podem construir, quando destruir.
Quanto cuidado precisamos ter no contato com essas juventudes que nos cercam! Nossas palavras tanto podem construir, quando destruir.
Por
fim, estudamos o último capítulo: Possibilidades de abordagens
pedagógico-curriculares na Área de Ciências Humanas. Elencamos dois temas:
Valorização da cultura afrodescendente e o Resgate das memórias no âmbito
escolar.
No dia 17 um grupo de professores organizou um
projeto interdisciplinar que foi intitulado: “PROJETO CONSCIÊNCIA NEGRA:
EDUCAÇÃO NÃO TEM COR”. Historicamente,
o Brasil, no aspecto legal, teve uma postura ativa e permissiva diante da
discriminação e do racismo que atinge a população afrodescendente brasileira
até hoje. Nesse sentido, ao analisar os dados que apontam as desigualdades
entre brancos e negros, constatou-se a necessidade de políticas específicas que
revertam o atual quadro. Tal proposta é uma determinação para todas as escolas.
Já era feito um trabalho nesse sentido, mas de forma bem restrita. Através dos
estudos desse caderno, percebeu-se que todas as áreas poderiam unir-se nesse
objetivo.
No dia 18 um grupo de professores contribuiu com um
projeto idealizado pelo professor de História Leandro, que propôs um trabalho
belo voltado à criação de um espaço de memória para escola Aluízio Ferreira. Um
trabalho que se propõe a fazer com que os alunos sintam-se parte da história e
construtores dessa história, ligando passado, presente e futuro. Trata-se de
proporcionar um ambiente de comunicação e interlocução capaz de dar maior
significado ao processo educativo. O projeto intitula-se: “MEMORIAL ESCOLAR
ALUÍZIO FERREIRA”.
São
sugeridas algumas etapas:
1ª
etapa: estudo da história da escola.
2ª
etapa: estudo dos conceitos de patrimônio histórico e memória coletiva,
individual, e memória social.
3ª
etapa: organização de um espaço permanente para expor materiais como fotos,
objetos antigos, relatos de funcionários e de alunos, troféus, reportagens,
alunos destaques; que mostrem parte da história e da memória da escola.
4ª
etapa: criar um mural (para exposição rotativa) e um site para exposição
permanente com imagens que registrem a memória imagética da história da escola,
como: diretores, funcionários, alunos. Realizar gravações em vídeo com relatos
de funcionários que passaram pela escola e com funcionários que ainda trabalham
na instituição.
Um
evento de destaque ficou definido também no encontro, a comemoração dos 35 anos
de escola Aluízio Ferreira em maio de 2016.
Os
estudos foram de grande proveito e tornou indiscutível que a concretude de um
currículo interdisciplinar só será realizada no exercício conjunto.
Planejamentos isolados é uma prática que precisa ser quebrada.
Concluímos
com célebres palavras de Paulo Freire: