PARADOXO
Quando se fala em juventude, deparamo-nos por vezes com um paradoxo:
“O
jovem no Brasil nunca é levado a sério [...]
Sempre
quis falar, nunca tive chance
Tudo
o que eu queria estava fora do meu alcance
[...] (Charlie Brown Jr. – Não é sério
SE
VOCÊ É JOVEM AINDA – CHAVES
(Refrão)
Se você é jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda,
Amanhã velho será, velho será, velho será!
A menos que o coração, que o coração sustente
A juventude, que nunca morrerá!
Amanhã velho será, velho será, velho será!
A menos que o coração, que o coração sustente
A juventude, que nunca morrerá!
Existem jovens de
oitenta e tantos anos,
E também velhos de apenas vinte e seis.
Porque velhice não significa nada,
E a juventude volta sempre outra vez!
E também velhos de apenas vinte e seis.
Porque velhice não significa nada,
E a juventude volta sempre outra vez!
(Repete refrão)
E você é tão jovem
quanto sente
Pode apostar: é jovem pra valer
E velho é quem perde a pureza
E também é quem deixa de aprender!
Pode apostar: é jovem pra valer
E velho é quem perde a pureza
E também é quem deixa de aprender!
(Repete refrão)
Não diga não à vida
que te espera,
Pra festejar a alegria de viver,
Pra agradecer a luz do seu caminho,
E você vai com isso entender!
Pra festejar a alegria de viver,
Pra agradecer a luz do seu caminho,
E você vai com isso entender!
(Repete refrão 2x)
Nhonho: "Olha,
olha turma! O Dr. Chapatin!
É o velho mais jovem que eu conheço!"
É o velho mais jovem que eu conheço!"
Dr. Chapatin:
"Eu não sou velho, viu!
Sou uma pessoa vivida!"
Sou uma pessoa vivida!"
Nhonho: "É,
Dr. Chapatin,
Quantos anos o senhor tem, hein?"
Quantos anos o senhor tem, hein?"
Dr. Chapatin:
"Eu? Todos!
Mas isso não te interessa, ouviu!
Jovem ainda!"
Mas isso não te interessa, ouviu!
Jovem ainda!"
Assim, iniciamos as discussões de assunto de tamanha relevância. Acredito que de forma paradoxal também...afinal, o clip escolhido para assunto tão sério foi nada mais, nada menos que: CHAVES! Ou não?...
Escola - professores - alunos “jogo de culpados”
DE QUEM É A CULPA?
Foi organizada a simulação de um júri, tendo como réu o aluno, que tinha a seu favor um advogado de defesa e um promotor que exigia a sua condenação. Também havia as testemunhas de cada uma das partes.
A atividade propiciou muitas reflexões em relação ao tratamento oferecido aos alunos. É comum olhá-los de forma igualitária, ignorando que: “Jovens necessitam ser percebidos como sujeitos de direitos e de cultura e não apenas como ‘objetos’ de nossas intenções educativas”.
Professora Maria do Carmo, em suas reflexões, disse que: "nós educadores temos que procurar um meio mais fácil para conquistarmos nossos educandos para a sua formação, usando seus dons, dos quais por vezes passam despercebidos por nós".
" Os jovens sujeitos do Ensino Médio nos trazem cotidianamente desafios para aprimoramento de nosso ofício de educar... Entre esses desafios, encontra-se a difícil tarefa de compreensão dos sentidos os quais os jovens elaboram no agir coletivo, em seus grupos de estilo e identidades culturais e territoriais que, em grande medida, nos são apenas “estranhos” (no sentido de estrangeiros) e diferem de muitas de nossas concepções (adultas) de educação (escolar ou não), de autoridade, de respeito de sociabilidade “adequada” e produção de valores e conhecimentos".
ENCONTRAMOS O CULPADO? É O PROFESSOR?...
"Ao buscar compreender essa realidade, um primeiro passo é constatar que a relação da juventude com a escola não se explica em si mesma: o 'problema' não se reduz nem apenas aos jovens nem apenas à escola e aos seus professores. É fundamental superar a nossa tendência em achar 'o culpado' de um relacionamento problemático".
O fracasso escolar aparece hoje entre os problemas de nosso sistema educacional mais estudados e discutidos. Porém, o que ocorre muitas vezes é a busca pelos culpados de tal fracasso e, a partir daí, percebe-se um jogo onde ora se culpa a criança, ora a família, ora uma determinada classe social, ora todo um sistema econômico, político e social. Mas será que existe mesmo um culpado para a não-aprendizagem? Se a aprendizagem acontece em um vínculo, se ela é um processo que ocorre entre subjetividades, nunca uma única pessoa pode ser culpada. Alicia Fernández nos lembra que “a culpa, o considerar-se culpado, em geral, está no nível imaginário” (FERNANDEZ, 1994) e coloca que o contrário da culpa é a responsabilidade. Para ser responsável por seus atos, é necessário poder sair do lugar da culpa.
Para terminarmos a oficina iniciamos as discussões sobre: Jovens em suas tecnologias, assunto esse que por vezes incomoda, devido os alunos terem mais familiaridade do que o professor.
Se a tecnologia é considerado para muitos professores como ameaça a autoridade, é também considerada como ferramenta educativa que facilita o diálogo entre os jovens e a escola, com práticas inovadoras. O desafio está na mediação, no diálogo e tentativa de aproximação com os jovens.
No
parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE, 2011) que a fundamenta, fica
explícita a necessidade de uma “reinvenção” da escola de tal
forma a garantir o que propõe o artigo III, ou seja, “o
aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico”, e também o artigo
VII, “o reconhecimento e aceitação da diversidade e da
realidade concreta dos sujeitos do processo educativo, das formas de produção,
dos processos de trabalho e das culturas a eles subjacentes”.
Os jovens devem ser desafiados a fazer uso seguro e crítico das novas tecnologias na perspectiva de dominar os instrumentos do conhecimento e não ser dominados por elas.
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