quarta-feira, 18 de março de 2015

CADERNO II- CIÊNCIAS HUMANAS

“A MINHA ESCOLA NÃO TEM PERSONAGEM, A MINHA ESCOLA TEM GENTE DE VERDADE”.
Legião Urbana



                Nos dias 03 e 04 de março, iniciamos as nossas reflexões referente ao Caderno Ciências Humanas através da dinâmica: “Você tira o chapéu”? Uma atividade para estimular a autoestima, que muitas vezes está em baixa. Cada colega teve a oportunidade de elencar suas características marcantes e perceber o quanto cada um de nós é importante e singular. 



          “Valorizar a si mesmo é o primeiro passo para se valorizar o próximo”.
         O objetivo do caderno, que inclui as disciplinas de História, Geografia, Filosofia e Sociologia; é o de reconhecer o quanto os componentes curriculares da área das Ciências Humanas podem, e devem, contribuir para o processo qualificado de universalização do ensino.
       O primeiro tópico, A integração entre as Ciências Humanas como projeto pedagógico, foi apresentado pelos professores de História: Leandro e Gláucia. Proporcionaram ao grupo um percurso em algumas camadas historicamente sobrepostas das quais emergem o legado das Humanidades, com o objetivo dessa educação integrada.



              Passeamos pela paideia grega: a formação do cidadão; as artes liberais romanas: a formação do orador; as Humanidades renascentistas: a formação literária; as especialidades e disciplinas modernas: a formação do cientista; as Ciências Humanas contemporâneas: a formação do especialista.
            Assim, em meio a tantas heranças e tradições disciplinares, propor e realizar a integração e a interdisciplinaridade entre as Ciências Humanas como projeto pedagógico no Ensino Médio brasileiro, na atualidade, não é tarefa simples, envolvendo desafios, dilemas, mas também possibilidades.
        Não se pode esquecer que “Integrar não é unificar”.  É preciso “reimaginar as fronteiras” disciplinares não de uma única perspectiva particular, mas das várias perspectivas que, no âmbito da Educação Básica, cada componente curricular pode oferecer. Com essa variedade e diversidade, com imaginação e reflexão, por meio de práticas curriculares inventivas, repensam-se as fronteiras disciplinares, sem pretensões de anulá-las.
            Desenvolvemos em grupos a atividade Reflexão e Ação I que propõe a discussão o que significa o “encargo da compreensão”.
           
              A seguir seguem algumas reflexões dos colegas:

      A interdisciplinaridade é a integração das mais diversas áreas, com propósito de promover uma abrangência maior do conhecimento para um determinado conteúdo, explorando dessa forma todas as informações possíveis, não estando assim limitada. Dessa forma, deve ser discutido, refletido pelos professores, pois colocar a ideia em prática é um desafio, já que praticá-la não se deve esperar consenso de todos. Esperar essa compreensão e ação de forma homogênea é uma utopia, mas que pelo menos, os mais conscientes de seu papel em sociedade, atuem e infiram em questões que são desafios de todos os cidadãos. Além do que, o professor tem a responsabilidade de formar cidadãos críticos e sociáveis. Colocar a ideia em prática exigirá: adequação ao conteúdo programático, metodologias alternativas e boa vontade do professor para organizar sua aula. Cabe aos docentes se identificarem quanto às vantagens e viabilidade de utilizarem essa metodologia nas salas de aula. É importante que a educação se desenvolva e promova discussões relacionadas à economia, à política, às pessoas, ao mundo. Afinal, as escolas têm a responsabilidade de formar cidadãos críticos e sociáveis.
       Professoras: Aida Dominado Gonçalves, Claudia Liege, Cláudia Lúcia, Juliana Bessa e Maria do Carmo.


       A interdisciplinaridade possibilita a interação entre as várias áreas de conhecimento proporcionando o fortalecimento do conhecimento social.
É importante que professor tenha uma visão ampla, contemplando uma compreensão dos conceitos básicos das áreas afins. Torna-nos mais conectados com a evolução educacional, possibilitando uma fronteira maior de conhecimento. O conteúdo do componente curricular referente a ciências naturais que pode ser trabalhado de forma interdisciplinar é sobre a Fotossíntese. Esse tema abrange as disciplinas de biologia, química e física:    

·         Na Biologia (Nutrição das Plantas).
·         Na Química (Processo de formação da glicose).
·         Na Física (Luz e a calorimetria).
Professores: Chagas, Ricardo e keila.


       As disciplinas quando são trabalhadas na interdisciplinaridade elas se complementam trazendo para o aluno uma abordagem mais ampla. Para se desenvolver tal prática, requer-se:
  • Socializar com os colegas professores o que cada um vai abordar dentro do tema proposto;
  • Preparar os materiais e mídias que serão utilizados para a explanação do tema;
  • Buscar o interesse do aluno em relação à aplicação do tema proposto, esperando que os mesmos aceitem e levem para a prática diária.
Um trabalho a ser desenvolvido, como sugestão, é o trabalho com a História da Matemática.  “Quem foi Pitágoras e sua contribuição matemática para a humanidade”.
     Professores: Gláucia Mendes, Cíntia Navarro, Marilson Turini e Antônio Assis.






       A interdisciplinaridade não só exige compreensão e visão mais ampla de vários conhecimentos como também de conhecer a disciplina curricular. É necessário que além de buscarmos conhecimento nessa interdisciplinaridade, também conhecer formas de adequação ao ensinar, conduzindo o aluno a ter uma melhor compreensão da realidade, utilizando métodos corretos, facilitando a assimilação da aprendizagem. O encargo da compreensão consiste em ser capaz de compreender os objetivos das outras disciplinas e o que elas buscam enquanto ciência, para que eu consiga aplicar em sala. Não significa, no entanto, que a disciplina deixe de ser específica, mas que elas precisam “conversar” entre si.
            Professores: Claudete, Franciele, Izabel e Léa.


       A interdisciplinaridade exige especialmente a compreensão do seu significado, ou não teremos a oportunidade de trazer essa prática ao nosso meio. Por isso, alguns colegas são contrários ao projeto. Além disso, essa didática exige compreensão e um objetivo em comum, para que a ideia seja difundida. Este curso está nos proporcionando esta compreensão e a aceitação dessa nova ideia. Não esquecendo que no nosso cotidiano o tempo é muito escasso e estamos muito sobrecarregados, pois devemos estar sempre nos reunindo e planejando. O tema escolhido por nosso grupo foi às formas de disputas dos jogos (Chaveamento em forma do diagrama). Trabalho esse que pode ser desenvolvido por ocasião dos jogos interclasse que todos os anos são promovidos na escola. Professoras: Cleonice, Glaucia e Jandira.

         Em grupos refletimos sobre o tópico II: Os estudantes – sujeitos do Ensino Médio – e os direitos à aprendizagem e ao desenvolvimento humano na Área de Ciências Humanas.  Focalizou-se a partir das DCNEM (BRASIL, 2012), com destaque para a centralidade dos jovens estudantes como sujeitos do processo educativo tal como proposto no Parecer no 05/2011 do Conselho Nacional de Educação (BRASIL, 2011).
            Foram discutidas questões como:
  • As Ciências Humanas são valorizadas pelos jovens estudantes?    
  • Os estudos tradicionalmente propostos pela área das Ciências Humanas se aproximam dos interesses e necessidades dos estudantes do Ensino Médio?
            Destacamos o legado mais importante das Ciências Humanas que é o de “FOMENTAR CONHECIMENTOS EMANCIPATÓRIOS, VOLTADOS AO ENFRENTAMENTO DE DILEMAS DE NOSSA CONTEMPORANEIDADE”.
            Foi proposta a realização de uma produção de texto em todas as salas de Ensino Médio, divididas entre os professores cursistas e orientadora de estudos. A temática era conforme indicação do caderno na atividade de reflexão e ação II. Os alunos mencionariam seus valores atuais, seus planos para o futuro, e como eles se imaginam daqui a 10 anos.
            Ainda no primeiro encontro relacionado ao caderno, estudamos o capítulo III que trata dos eixos que devem integrar o fazer pedagógico: Trabalho, Ciência, Cultura e Tecnologia. O professor Antonio Assis, de forma muito dinâmica e clara tratou do assunto.


     Dentre os pontos abordados destacou-se a pesquisa como o princípio pedagógico, em que o planejamento de estratégias de investigação ultrapassem a pura e simples dimensão do ensino para abranger a aprendizagem significativa, duradoura e transformadora. Dessa forma, os alunos passam a serem  ativos na construção do seu próprio conhecimento.



          A tecnologia, como uma das dimensões, auxilia tanto como método de abordagem como estratégia por tornar menores as distâncias, o mundo mais conectado e a aprendizagem mais atraente aos jovens nativos digitais.
     As categorias trabalho e economia são fundamentais para a compreensão de desigualdades sociais, de relações hierárquicas, de formas de estratificação social (classificação das pessoas de acordo com seu poder aquisitivo), de diferenciação social e da construção de identidades coletivas.
         O conhecimento científico pode ser apresentado ao estudante por meio de estratégias pedagógicas que estimulem a curiosidade e o estranhamento, desafiando-o a pensarem sobre si e sobre o outro.
      A construção da cidadania só existe com a valorização do patrimônio cultural de uma dada comunidade, região e nação.

       Por isso, as Ciências Humanas tem um papel fundamental na construção da cidadania dos brasileiros, quando auxiliam no processo de reconhecimento e valorização dos saberes e das identidades dos estudantes e de seus familiares.


        Nos dias 17 e 18 de março, por ocasião do segundo encontro relacionado aos estudos do caderno Ciências Humanas, houve a socialização de um dos textos de cada sala. Foi possível perceber bem enraizados na maioria dos alunos valores familiares, religiosos, perspectivas de prosseguir nos estudos. Foi uma atividade bem proveitosa, pois fez com que conhecêssemos esse sujeito com o qual temos contato em nossas salas de aula. 


         Refletimos sobre o vídeo: O poder das palavras. 



        Quanto cuidado precisamos ter no contato com essas juventudes que nos cercam! Nossas palavras tanto podem construir, quando destruir.
            Por fim, estudamos o último capítulo: Possibilidades de abordagens pedagógico-curriculares na Área de Ciências Humanas. Elencamos dois temas: Valorização da cultura afrodescendente e o Resgate das memórias no âmbito escolar.


        No dia 17 um grupo de professores organizou um projeto interdisciplinar que foi intitulado: “PROJETO CONSCIÊNCIA NEGRA: EDUCAÇÃO NÃO TEM COR”.      Historicamente, o Brasil, no aspecto legal, teve uma postura ativa e permissiva diante da discriminação e do racismo que atinge a população afrodescendente brasileira até hoje. Nesse sentido, ao analisar os dados que apontam as desigualdades entre brancos e negros, constatou-se a necessidade de políticas específicas que revertam o atual quadro. Tal proposta é uma determinação para todas as escolas. Já era feito um trabalho nesse sentido, mas de forma bem restrita. Através dos estudos desse caderno, percebeu-se que todas as áreas poderiam unir-se nesse objetivo.


          No dia 18 um grupo de professores contribuiu com um projeto idealizado pelo professor de História Leandro, que propôs um trabalho belo voltado à criação de um espaço de memória para escola Aluízio Ferreira. Um trabalho que se propõe a fazer com que os alunos sintam-se parte da história e construtores dessa história, ligando passado, presente e futuro. Trata-se de proporcionar um ambiente de comunicação e interlocução capaz de dar maior significado ao processo educativo. O projeto intitula-se: “MEMORIAL ESCOLAR ALUÍZIO FERREIRA”.
            São sugeridas algumas etapas:
1ª etapa: estudo da história da escola.
2ª etapa: estudo dos conceitos de patrimônio histórico e memória coletiva, individual, e memória social.
3ª etapa: organização de um espaço permanente para expor materiais como fotos, objetos antigos, relatos de funcionários e de alunos, troféus, reportagens, alunos destaques; que mostrem parte da história e da memória da escola.
4ª etapa: criar um mural (para exposição rotativa) e um site para exposição permanente com imagens que registrem a memória imagética da história da escola, como: diretores, funcionários, alunos. Realizar gravações em vídeo com relatos de funcionários que passaram pela escola e com funcionários que ainda trabalham na instituição.
     Um evento de destaque ficou definido também no encontro, a comemoração dos 35 anos de escola Aluízio Ferreira em maio de 2016.
            
      Os estudos foram de grande proveito e tornou indiscutível que a concretude de um currículo interdisciplinar só será realizada no exercício conjunto. Planejamentos isolados é uma prática que precisa ser quebrada.
           
            Concluímos com célebres palavras de Paulo Freire: