quarta-feira, 15 de outubro de 2014

CADERNO VI

Depois de estudarmos o caderno sobre Currículo, nossas reflexões foram sobre a Avaliação no Ensino Médio.

Avaliação: Prêmio ou Punição?



Tratar do assunto Avaliação remete a um olhar em relação ao que se diz e ao que de fato se pratica. Paulo Freire diz que: 
   “ É preciso diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, até que num dado momento, a tua fala seja a tua prática.”

         Os estudos giraram em torno da Avaliação em seu processo completo: 
         1. Avaliação educacional;
         2. Avaliação da aprendizagem;
         3. Avaliação e taxas de rendimento;
         4. Avaliações externas.
PARA LUCKESI:
A avaliação educacional, em geral, e a avaliação de aprendizagem escolar, em particular, são meios e não fins, em si mesmas, estando assim delimitadas pela teoria e pela prática que as circunstancializam. Desse modo, entendemos que a avaliação não se dá nem se dará num vazio conceitual, mas sim dimensionada por um modelo teórico de mundo e de educação, traduzido em prática pedagógica. (LUCKESI, 1995, p. 28).

Assistimos a  um vídeo muito bom de LUCKESI:
http://www.youtube.com/watch?v=JqSRs9Hqgtc

O caderno aborda de forma clara e objetiva que o desafio da escola é o de: 
[…] consolidar uma nova cultura de avaliação associada ao sucesso de todos os alunos, vinculada ao trabalho coletivo e ancorada em técnicas, instrumentos e procedimentos pelos quais cada aluno seja avaliado em relação a si mesmo e, simultaneamente, em relação aos colegas, fixados os critérios de um resultado satisfatório para todos


A avaliação educacional deve pautar-se:


         Cada um de nós, profissionais da educação, devemos entender que: 

       “...todas as pessoas são capazes de aprender e de que as ações educativas, as estratégias de ensino, os conteúdos das disciplinas devem ser planejados a partir dessas infinitas possibilidades de aprender dos estudantes”.

          Inegável que isso é grande desafio!

             Para um maior aprofundamento nesse assunto tão importante para a formação estudantil os capítulos do caderno VI foram estudados em grupos e na sequência socializados. A seguir, alguma considerações de alguns grupos:
Grupo I
• Quais têm sido os maiores desafios no campo da avaliação educacional?
*Qualidade educacional
sobreponha à quantidade.

* Elaborar questões que envolvam
o cotidiano do aluno.
* Critérios que contemplem os
educandos na sua totalidade e
individualidade.

Professores:Antonio Assis, 
Émerson Lauro e Francisco 
Chagas.



    O grande desafio tem sido avaliar o aluno em todas as suas competências, verificar e medir a aprendizagem de trinta a quarenta alunos por sala, com dez a treze turmas, sendo que cada educando tem potencial diferente de aprendizagem. Por fim, transformar esse resultado em números para estatísticas, levando em conta a quantidade e a qualidade do aprendizado. Dentro dessa proposta, os profissionais encontrarem viabilidade para tal missão.
     Professoras: Jandira, Berenice e Lea



            O desafio é nivelar o que o aluno tem em sua bagagem com o que vai ser avaliado. Eles possuem uma dificuldade enorme no que tange à interpretação das questões e quando percebem como é a resolução se surpreendem com o resultado. Precisam de um empurrão. O jovem não gosta de ser avaliado porque não consegue assimilar conteúdos e por mais que façamos avaliações diárias, eles (os alunos) não se importam com o resultado deste tipo de avaliação, querem a tradicional prova, mas querem uma prova “fácil”, que não exija muito apreço da parte dele. Em contrapartida o sistema avalia a escola, estrutura, professores, o sistema quer que avaliemos constantemente, não só o conteúdo programático, mas sim suas habilidades e competências. Mas, como exercitar habilidades e competências, sem cobrar e ensinar conteúdos que caem em provas de ENEM, vestibulares, concursos e olimpíadas? O professor da rede pública, não tem tempo hábil para preparar avaliações que condizem com as habilidades de cada um dos alunos, porque o tempo todo é sugado até o último suspiro. É preciso ensino de qualidade, mas pra ter esse ensino, são necessárias condições de trabalho. Professora: Franciele
  
• Qual sua concepção de avaliação e como ela se constituiu na sua trajetória docente?
* A avaliação é um processo contínuo e processual levando em conta a competência e habilidade de cada um, através de exercícios escritos, pesquisas, provas objetivas e subjetivas.
* Utilizo a avaliação da mesma maneira que fui avaliado. Crio avaliações com o objetivo de preparar os meus alunos para o ingresso ao ensino superior (ENEM). A atividade docente cresce de acordo com as políticas voltadas para a educação, uma vez que o conhecimento dar-se-á pela iniciativa e busca pessoal de aperfeiçoamento pessoal e profissional.
        Professores:Antonio Assis, Émerson Lauro e Francisco Chagas.


              A avaliação é a sondagem da aprendizagem. Essa sondagem pode ocorrer de várias formas: subjetiva, objetiva, oral, participativa e produtiva e não deve servir como meio de eliminação e sim como um processo de verificação e enriquecimento do sujeito na aprendizagem e ao mesmo tempo servir de parâmetro para docentes e discentes.
        
Professoras: Jandira, Berenice e Lea


Eu avalio conteúdos trabalhados, levo em consideração o raciocínio do aluno e tento entender o que o aluno queria dizer com aquela resposta. A minha trajetória docente, que não é tão longa assim, ainda não me levou pra algo muito diferente do que eu já pensava quando saí da faculdade. Avalio o discente em sala de aula, se ele busca entender, se interage, se esforça e pelo menos tenta. A nota condiz com o aproveitamento do mesmo em sala. Professora: Franciele
Grupo II
• Em consulta ao projeto político-pedagógico e aos planos de ensino (aos quais você possa ter acesso) de sua escola, procure identificar os seguintes elementos:
• Definição (ões) de avaliação da aprendizagem encontrada(s).
• Quais os instrumentos e procedimentos mais utilizados.
• Critérios para atribuição de notas ou conceitos e de aprovação.
• Instâncias e participantes para definição da situação de cada aluno ao final do ano letivo.

• Outras observações que considere relevantes para a discussão de avaliação da aprendizagem. 

          Ocorre de forma diagnóstica, sistemática, cumulativa.
Trabalho em grupo em sala de aula com: Debates seminários, trabalho extra classe, pesquisa e avaliação escrita.

Avaliação ocorre conforme a portaria 0522/2014. 

- Se expressa em notas em escala de 0 a 10.
- Atividade em classe - AC 3.0 ( pontos ).
- Atividade extra classe - AEC 2.0 ( pontos ).
- Avaliação escrita - AE 5.0 ( pontos ).

A equipe gestora em consonância com os professores em conselho de classe, reúnem-se bimestralmente para analisar os resultados, as circunstância do processo de ensino aprendizagem do aluno, zelando sempre pela qualidade do ensino aprendizagem desses, conforme o plano apresentado no projeto político pedagógico.
        Professoras:  Claudete da Silva Reis, Cíntia Navarro, Maria Gonçalves de Almeida Cândido e Maria do Carmo Amaral


- Definição de avaliação da aprendizagem encontrada.
Diagnóstico do ensino-aprendizagem. Também é uma pesquisa de resultado produzido, é um indicativo do que o aluno aprendeu. A função dela é garantir o sucesso do aluno.
- Instrumentos e procedimentos mais utilizados.
           Na avaliação da aprendizagem do estudante o professor utiliza procedimentos e instrumentos diversos, tais como: a observação, os registros individuais e coletivos, os portfólios, exercícios, entrevistas, provas e testes adequados a faixa etária e as características de desenvolvimento do educando, utilizando a coleta de informações sobre a aprendizagem dos alunos como diagnóstico para as intervenções pedagógicas necessárias.
- Instancias e participantes para definição da situação de cada aluno ao final do ano letivo.
         Após o final do processo de ensino-aprendizagem  ao estudante que ainda não apresentou domínio dos conteúdos necessários a continuidade do processo escolar será garantido estudos contínuos de recuperação  por meio de intervenção pedagógica- processual IPP durante todo período letivo e recuperação semestral. Mesmo assim se não conseguir a media 6.0 para aprovação, o conselho de professores se reunira para decidir sobre a aprovação ou retenção do mesmo.
 - Outras observações que considere relevantes para a discussão de avaliação da aprendizagem.
A avaliação tem que ter sistematicidade, tem que mapear os resultados e trabalhar com as deficiências, tem que ser compatível entre os explicado e o cobrado.
    Professores: Aida Dominato Gonçalves, Cícera Maria Felix de Figueiredo, Izabel Ferreira da Silva e Leandro Coelho de Souza


Grupo III

A partir de dados e taxas de rendimento de nossa escola, o que eles revelam?
Na avaliação institucional de sua escola, como têm sido abordadas as avaliações externas e como têm sido utilizados seus resultados?
Existe algum tipo de atividade voltada para essas avaliações? Como, por exemplo, organização de simulados, laboratórios ou espaços de diálogos?
Os alunos fazem comentários sobre o Enem? Se afirmativo, em que perspectiva?

A organização dos planos de ensino, de alguma forma, tem levando em conta as matrizes de referência do Enem?




Alunas: Tatiane comisso, juliana bessa e glÁucia lemos.

          A partir dos dados obtidos em 2012 e 2013 verificamos que o índice de aprovação de nossos alunos do ensino médio houve variações, como: no regular vespertino temos uma queda no índice de aprovação 93,6  para 89,8 nas três séries; enquanto no abandono melhorou 8,5 para 5,4.No regular noturno as médias de aprovação subiram (82% para 91,3%), já as taxas de abandono foram maiores  (21, 4% para 35,3%).
        No EJA houve variações em cada série no 1º ano uma queda significativa de aprovação (86, 4 para 65, 4) e o abandono piorou de (47,9 para 51,4). No 2º ano houve uma queda de aprovação de (87,1 para 77,8) já no abandono houve uma considerável queda de 37, 6 para 18, 2. E no 3º ano o índice de aprovação cresceu de 87, 2 para 94,8 % e abandono diminui de 29,1 para 10,5%. Vimos então que há maior variação no EJA. Nesta modalidade de ensino temos uma clientela diversificada e que requer com isso uma avaliação/trabalho diferenciado com demonstração na prática vimos que obtivemos um bom resultado a partir desta nova abordagem. Já no regular vespertino com a mudança de perspectiva dos alunos na inserção do mercado de trabalho e na perspectiva de reajustar horários, tarefas houve queda na aprovação, mas uma melhora no abandono com a conscientização e estimulação em relação aos estudos.
         Através dos gráficos foi possível notar a necessidade do plano de intervenção para as turmas de 3º ano na disciplina de Língua Portuguesa.  A reflexão nos mostrou uma queda de 5% no nível adequado. Em busca de solucionar essa carência os agentes que diretamente fazem parte da comunidade escolar foram adquiridos obras literárias, filmes, documentários e livros paradidáticos, retomando a execução de projetos como: leitura na escola, simulados com ênfase no ENEM. Buscando a conscientização do aluno através da socialização valorizando o crescimento intelectual com ações de reconhecimento do seu desempenho promovendo certificados para alunos destaques.
       Nos dados obtidos na disciplina de Matemática obtivemos média abaixo do básico para os 1º ano 51,3%, proficiência, participação adequado e padrão de desempenho. Para os 2º  ano foi obtido básico 49,1%. Nos 3º ano obteve-se o básico com 58,3%.           
       A partir dos dados revelados pelas avaliações a escola estabeleceu uma situação de intervenção. Aquisições de obras, vídeos aulas, intensificarem aulas praticam no Laboratório Computacional e simulados.

            No regular noturno houve melhora na aprovação, mas em compensação o abandono foi maior. Mesmo com conscientização não conseguimos amenizar o abandono neste período. Os alunos já a partir do 2º ano começam a buscar informações sobre como preparação nesta série.  Enquanto alguns alunos do 3º ano (aqueles que buscam até mesmo reforço com professores para ajuda-lo na prova do ENEM. A escola busca oferecer simulados durante o ano, tem o PROEMI que nós  1º e 2º ano que buscar sanar as dificuldades existentes de anos anteriores e fortalecer a base pro ENEM. Já os professores voltam atividades e conteúdos para esta prova assim como outras avaliações externas. 

 Em relação ao Ideb, observa-se que estamos inseridos em um contexto em que se faz necessário progredir.


             Em relação ao Enem, observa-se que houve o aumento no número de participantes, mas as notas estão muito baixas. Observa-se que na Redação nossos alunos se encaixam no maior percentual, mas em sua maioria de nível insuficiente para o ingresso às universidades. 
             Há projetos, para o ano de 2015,  que o PROEMI contemple também os terceiros anos, assim poderemos proporcionar aos alunos oficinas de produção de texto para melhor preparará-los.

Proficiências Médias por Área do Conhecimento no Enem, por Escola.



Enem 2012

Modalidade: Ensino Médio RegularMunicípio: Ji-Paraná
UF: ROLocalização: UrbanaDep. Administrativa: Estadual
Taxa de participação: Maior ou igual a 50%

 
EscolaEstudantes concluintes do Ensino Médio matriculados em 2012Nº de Participantes no Enem 2012Taxa de ParticipaçãoMÉDIAS
Linguagens, CódigosMatemáticaCiências HumanasCiências da NaturezaRedação
EEEFM ALUIZIO FERREIRA13611483%458,80467,71482,75444,19457,19


Distribuição percentual das proficiências dos participantes do Enem em Redação


Faixa de desempenhoPorcentagem dos estudantes
Menor que 1000%
100,00 - 199,992,6%
200,00 - 299,994,4%
300,00 - 399,9924,6%
400,00 - 499,9933,3%
500,00 - 599,9921,9%
600,00 - 699,999,6%
700,00 - 799,992,6%
800,00 - 899,990,9%
900,00 - 1000,000%

    A avaliação tem como objetivo fornecer informações que permitam os agentes escolares decidir sobre intervenções e redirecionamentos que se fizerem necessários em face do projeto educativo definido coletivamente e comprometido com a garantia da aprendizagem do aluno.
(Souza, 1993, p. 46)

     Destaca-se aqui uma reflexão feita pela professora de Língua Portuguesa, Cíntia Navarro:

A avaliação no Ensino Médio

A avaliação é uma tarefa didática necessária e puramente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem. É uma reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar tanto do professor como dos alunos. Sabemos que a avaliação é uma tarefa complexa que não se restringe somente a realização de provas e atribuição de notas.
Segundo Lukesi, a avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do processo de ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões sobre seu trabalho. A avaliação da aprendizagem existe propriamente para garantir a qualidade da aprendizagem dos alunos.
Para ele os dados relevantes se referem há várias manifestações das situações didáticas, nas quais o professor e os alunos estão empenhados a atingir os objetivos do ensino. A apreciação qualitativa desses dados através de análise de provas, exercícios, respostas dos alunos, realização de tarefa, permite uma tomada de decisão para o que deve ser feito em seguida.
Mas como a avaliação se dá na prática escolar? Como nossas escolas têm utilizado este fabuloso recurso didático pedagógico?
Lamentavelmente, a avaliação em nossas escolas ao longo dos anos vem sendo usada muito mais como arma contra os alunos, do que como recurso didático-pedagógico para acompanhar o desempenho dos alunos, bem como o trabalho do professor. É muito comum em nossas escolas, tomar a avaliação unicamente como ato de aplicar provas, atribuir notas e classificar os alunos.
Portanto, precisamos fazer com que nossa política educacional esteja conscientemente preocupada com a promoção da transformação social e não com a sua maturação de forma inconsciente e não refletida. Para isso precisamos ter clareza sobre nossas ações avaliativas e que estas reflitam decisões cada vez mais explicitas sobre o nosso fazer pedagógico. Assim avaliar não pode ser um ato mecânico nem mecanizante, a mesma deve contribuir para a construção de competências técnicas e sócias político-cultural. Por isso, a escola não pode continuar trabalhando com verdades absolutas, prontas e acabadas, inclusive no que diz respeito ao termo avaliação.
No discurso escolar, é comum dizer que a avaliação deve ser contínua, de forma a verificar os vários momentos de desenvolvimento do aluno, já que a ideia é dar ênfase também à comparação do aluno com seu próprio desempenho, ao invés de apenas comparar o seu rendimento, em um dado momento, com parâmetros externos a ele. Mas, enquanto prática, isto nem sempre acontece, verifica-se o contrário. O que precisamos então é chegar a essa prática sem muitos comentários, sem utopias, mas sim buscar um caminho que concretize esse discurso.
O ser humano é uma totalidade afetiva, social, motora-corporal e cognitiva. Todas essas dimensões devem ter igual importância na sua formação. Portanto, uma avaliação acadêmica precisa considerar essa totalidade e não apenas o aspecto cognitivo, como habitualmente acontece na maioria dos processos avaliativos, em quase todo o nosso universo escolar.
Entende-se como conhecimento, não uma coleção de informações ou fatos particulares a alguns conteúdos, normalmente decorados de forma mecânica, sem maior significado, mas sim uma estrutura organizada numa totalidade, com coerência interna, que permite compreensão de informações particulares, já que este conhecimento, enquanto organização vital do sujeito constrói-se segundo os fatores de maturação biológica; experiências físicas, equilíbrio e transmissão social.
Portanto, a avaliação deve ser parte de uma proposta pedagógica mais ampla, na qual a avaliação deveria ter como um dos objetivos, a possibilidade de desenvolver a autonomia do aluno, no sentido moral e intelectual. Sendo este elemento trabalhado estaremos contribuindo para o pleno desenvolvimento do adolescente, enquanto cidadão, favorecendo o crescimento de sua capacidade de se organizar de forma participativa em um grupo social. 






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